sábado, 16 de março de 2013

Quando o EDUCADOR é um MEDIADOR


Cláudia G.S.Rodrigues(*)
          Aquele (a) que intencionalmente busca a reciprocidade, o ensino significativo e favorece a transcendência do conhecimento, é MEDIADOR.
          Educar é uma tarefa que nos exige não apenas conhecimento, mas também o olhar criterioso, a postura de alteridade, a escuta afetiva e, principalmente, a crença real na modificabilidade da mente, como resultado da plasticidade cerebral.
          A proposta sociointeracionista de Vygotysky traz como máxima a ideia de que aprendemos com os iguais e crescemos com os diferentes; Feuerstein em sua teoria sobre a modificabilidade cognitiva estrutural, enfatiza a necessidade de crermos na máxima de que todo ser humano é modificável.
          Esta reflexão sobre nossa prática educativa pauta-se na idéia de que, quando desacreditamos na capacidade de aprender dos indivíduos, independentemente de como eles são, estamos desacreditando em nossa capacidade de ensinar. 
          Ser PONTE - função precípua do educador que pretende mediatizar a aprendizagem de seus alunos, exige-nos o compromisso de vermos estes alunos através de espelhos, onde o seu reflexo seja a nossa imagem e semelhança. ( Méier-2012) Viabilizar travessias, acolher e incluir a cada um,exige o repensar sobre o planejamento,o currículo a  ser desenvolvido e principalmente,a metodologia de trabalho.
          O educador-mediador, além de um olhar atento, deve analisar as causas e diferenças de aprendizagem de seus alunos, mas sem julgar ou condenar; não deve fixar-se às condições iniciais do aprendiz, pois, como bem disse Mario Quintana, ”os ventos andarilhos passam e dizem: Vamos caminhar!”, assim o aluno que se apresenta em dissonância com o grupo está pedindo: não me aceite só como sou,mas vislumbre o que posso ser.
         Mediar a aprendizagem crendo na modificabilidade do indivíduo exige-nos a intencionalidade planejada de trabalho, pois os alunos têm diferentes  formas de a- prender e devemos trabalhar na intenção de combater a síndrome da privação cultural.O processo de mediação não é via de mão única, é definido  pela compreensão da relação dinâmica entre homem /sociedade assim, mesmo presenteado com um ambiente culturalmente vantajoso,o aprendiz pode sofrer de privação cultural,e isto se dá a partir do momento em que não se apropria dos conhecimentos construídos socialmente.  
         Este artigo tem a pretensão  de levar-nos a refletir sobre a máxima de que, como educadores/mediatizadores da cultura da humanidade, devemos construir pontes, levar nossos alunos a transpô-las e depois, derrubá-las para que eles mesmos  possam construir as suas próprias pontes  e ganhar novos espaços.
         Quando o educador é mediador… ele constrói pontes!     
       
(*) Orientadora Educacional da ENSA/Ponte Nova – RSE, pedagoga com especialização em psicopedagogia, mestre em educação – UPS / Equador  
** Publicação – Revista Linha Direta- fevereiro/2013 p.32

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