Cláudia G.S.Rodrigues(*)
Aquele (a)
que intencionalmente busca a reciprocidade, o ensino significativo e favorece a
transcendência do conhecimento, é MEDIADOR.
Educar é uma
tarefa que nos exige não apenas conhecimento, mas também o olhar criterioso, a
postura de alteridade, a escuta afetiva e, principalmente, a crença real na
modificabilidade da mente, como resultado da plasticidade cerebral.
A proposta
sociointeracionista de Vygotysky traz como máxima a ideia de que aprendemos com
os iguais e crescemos com os diferentes; Feuerstein em sua teoria sobre a
modificabilidade cognitiva estrutural, enfatiza a necessidade de crermos na
máxima de que todo ser humano é modificável.
Esta reflexão
sobre nossa prática educativa pauta-se na idéia de que, quando desacreditamos
na capacidade de aprender dos indivíduos, independentemente de como eles são, estamos
desacreditando em nossa capacidade de ensinar.
Ser PONTE -
função precípua do educador que pretende mediatizar a aprendizagem de seus alunos,
exige-nos o compromisso de vermos estes alunos através de espelhos, onde o seu
reflexo seja a nossa imagem e semelhança. ( Méier-2012) Viabilizar travessias,
acolher e incluir a cada um,exige o repensar sobre o planejamento,o currículo
a ser desenvolvido e principalmente,a
metodologia de trabalho.
O
educador-mediador, além de um olhar atento, deve analisar as causas e diferenças
de aprendizagem de seus alunos, mas sem julgar ou condenar; não deve fixar-se
às condições iniciais do aprendiz, pois, como bem disse Mario Quintana, ”os
ventos andarilhos passam e dizem: Vamos caminhar!”, assim o aluno que se
apresenta em dissonância com o grupo está pedindo: não me aceite só como
sou,mas vislumbre o que posso ser.
Mediar a
aprendizagem crendo na modificabilidade do indivíduo exige-nos a
intencionalidade planejada de trabalho, pois os alunos têm diferentes formas de a- prender e devemos trabalhar na
intenção de combater a síndrome da privação cultural.O processo de mediação não
é via de mão única, é definido pela
compreensão da relação dinâmica entre homem /sociedade assim, mesmo presenteado
com um ambiente culturalmente vantajoso,o aprendiz pode sofrer de privação
cultural,e isto se dá a partir do momento em que não se apropria dos
conhecimentos construídos socialmente.
Este artigo
tem a pretensão de levar-nos a refletir
sobre a máxima de que, como educadores/mediatizadores da cultura da humanidade,
devemos construir pontes, levar nossos alunos a transpô-las e depois,
derrubá-las para que eles mesmos possam
construir as suas próprias pontes e
ganhar novos espaços.
Quando o educador é mediador… ele constrói
pontes!
(*) Orientadora Educacional da ENSA/Ponte Nova – RSE,
pedagoga com especialização em psicopedagogia, mestre em educação – UPS /
Equador
** Publicação – Revista Linha Direta- fevereiro/2013 p.32
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