- Como estrelas na terra - Dislexia
- O 8º dia - Síndrome de Down
- Meu nome é Rádio - Deficiência Intelectual
- Nenhum a menos - Inclusão social
- A corrente do bem - Transtornos comportamentais
“(...) estou semeando as sementes da minha mais alta esperança. Não busco discípulos para comunicar-lhes saberes. Os saberes estão soltos para quem quiser. Busco discípulos para neles plantar minhas esperanças.” Rubem Alves
quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
Sugestões de vídeos
Se você quer refletir sobre a inclusão educacional; se quer sensibilizar os educadores e pais , sugiro que trabalhe com os vídeos:
Proposta de leitura e discussão
Caros amigos, quero convidá-los a ler meu livro de reflexões sobre a ação pedgógica. Vocês podem lê-lo, gratuitamente, no endereço: http://www.bookess.com/read/14702-educacao-acao-e-reflexao-educativas/ Façam apreciações, comentários,complementações. Abraços
Local: Brasil
Teixeiras - MG, República Federativa do Brasil
domingo, 9 de setembro de 2012
A liquidez de valores e a vivência ética
Cláudia Gomes S. Rodrigues*
Vivenciamos tempos de muita
informação, rápidas comunicações e, consequentemente, nossa “caixa de
ferramentas” para a convivência social nem sempre traz utensílios apropriados
para este uso.
Já bem disse Adélia Prado que “sem o
corpo a alma não goza”, verdade. O nosso corpo é a morada de nossos desejos,
nossas angústias e determinações; é aí que se encontra a alma - revestida de
valores - que possibilitam o gozo da vida, ou não.
É exatamente aí, nesta “alma”
guardada em um corpo, que moram os meus questionamentos: em um mundo de
moralidade líquida, desejos e necessidades que se distanciam, onde o gozo da
realização nem sempre está próximo aos comportamentos de alteridade,
solidariedade e cidadania, como vivenciar um profissionalismo ético?
A sociedade mundial, vivenciando a
globalização econômica, política e moral, muitas vezes esquece-se que as partes
– individualidades – constroem o todo que a maioria vê. Além do “jeitinho
brasileiro” (poder não pode, mas sempre se dá um jeito), existe uma postura de
defesa aos conceitos e normas vivenciadas em uma sociedade de princípios
líquidos que tomam a forma que lhe apresentam. Isto é ético?É imoral?É preciso
diferenciar ética e moral: Pois esta é um conjunto de regras estabelecido
socialmente e aquela se ocupa da reflexão sobre os princípios que norteiam a
vida social; assim, é questão ética discutirmos a liquidez dos valores morais.
A dinâmica social nos atribui cargos
e funções, aos quais vivenciamos mediante a valoração que fazemos ao
estabelecermos relação com o objeto valorado e estabelecermos um juízo de
valor; este valor está intimamente associado ao conjunto de regras sociais; temos
a moral.
Estabelecida uma dinâmica de valoração é
preciso refletir sobre a crescente ideia de liquidez da sociedade política,
econômica e a relação interpessoal atual. O confronto contínuo entre a moral
constituída – valores herdados - e a moral constituinte – crítica aos valores
ultrapassados, nem sempre garante uma progressão moral, nem uma vivência ética.
Uma pessoa só justifica sua presença ética a partir do momento em que é consciente
de si e dos outros; é dotado de vontade, controlando seus desejos e tendências;
quando é responsável, respondendo por seus atos e, finalmente, quando é livre,
dando a si mesmo as regras de conduta.
É necessário um corpo para o gozo da
alma, isto justifica a urgência do bom uso das “ferramentas” para a
concretização de nossos desejos; a polêmica está no fato de que a sociedade
vigente apresenta princípios líquidos que tomam formas tendenciosas, nem sempre
defendidas pela maioria; maioria que se cala não por falta de informação, mas
de conhecimento, sobre o real e ideal
uso das “ferramentas” da sociedade.
A vivência ética nesta sociedade de
princípios líquidos exige uma “caixa de ferramentas” que ao ser aberta traga:
responsabilidade, lealdade, honestidade, sigilo, competência, prudência,
coragem, perseverança, compreensão, humildade, imparcialidade, otimismo e
disciplina.
É no uso destas “ferramentas” que o
sujeito ético torna-se um cidadão, um profissional que constitui uma existência
ética, que independente da liquidez dos ideais a ele propostos, irá adequá-los
às formatações que seus valores morais lhe apresentam.
Saber o que está em nosso poder, não
nos deixarmos leva pelas circunstâncias, instintos ou vontades alheias, afirmam
nossa independência e autodeterminação – traça nossa conduta ética.
*Professora com experiência do Fundamental I à graduação,
lecionou filosofia para cursos de formação de professores; especialização em
psicopedagogia e mestranda em educação.
Recursos
Bibliográficos:
ARANHA, Mª
Lúcia de Arruda e Mª Helena P. Martins- Temas de Filosofia – Ed. Moderna
CHAUÍ,
Marilena – Convite à Filosofia, Ed. Ática, 1995. Filosofia -
Ed. Ática, 2000
sexta-feira, 15 de junho de 2012
O Líder da Classe
Postado por Elis Zampieri
Quem
cortou o nó górdio? - Jô Soares
Um professor de História suíço veio ao Brasil para avaliar o nível do nosso ensino. Assim que chegou, pediu para ser levado a uma das melhores escolas públicas de nossa cidade.
Entrou na sala de aula que abrigava a turma mais preparada e dirigiu-se ao melhor aluno da classe:
- Quem cortou o nó górdio?
- Juro que não fui eu, moço. Nem ninguém aqui da sala. Pode ser alguém do colégio, mas colega meu não foi. Ponho a mão no fogo por eles.
Horrorizado, o suíço contou o ocorrido para a professora:
- Imagine a senhora que eu perguntei àquele jovem quem foi que cortou o nó górdio e ele me respondeu que não foi ele. Garantiu também que não foi nenhum menino que conheça.
A professora retrucou:
- Bom, se ele disse que não foi ele, o senhor pode acreditar. Esse rapaz, além de muito estudioso, é incapaz de uma mentira.
Assombrado, o professor suíço entrou no gabinete da diretora do colégio:
- Francamente, não sei o que se está passando. Perguntei ao melhor aluno da turma mais preparada quem tinha cortado o nó górdio; ele me assegurou que não foi ele nem nenhum dos seus amigos. Contei o episódio para a professora e ela corroborou a versão do aluno!
A diretora, indignada com o fato, adiantou:
- Meu caro senhor, se a professora confirmou, é porque é verdade. Ela conhece muito bem os seus alunos e é uma pessoa da maior idoneidade. Há anos que trabalha no nosso estabelecimento. O jovem em questão tem muito caráter. Se tivesse sido ele, confessaria na hora. Se fosse o Juquinha, um ruivinho sardento, eu nem diria nada, porque ele é muito mentiroso.
Pasmo, o professor de História suíço deixou o educandário e foi procurar o político que o havia convidado para vir ao Brasil. Depois de ouvir atentamente o relato do estrangeiro, ele explicou:
- Meu querido professor, o senhor não está na Suíça. Aqui, o nível de ignorância e despreparo ainda é muito grande. Nós temos de começar tudo praticamente do zero. Está vendo as dificuldades que enfrentamos? Mas não quero que o senhor volte ao seu país levando uma má impressão. Se alguém cortou mesmo esse tal de nó górdio, e dá para consertar, diga logo de quanto foi o prejuízo eu pago do meu próprio bolso.
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Glossário
GÓRDIO - Rei da Frígia, antiga Ásia Menor.
NÓ GÓRDIO - Nó que é impossível de ser desatado.
CORTAR O NÓ GÓRDIO - Resolver uma grande dificuldade com rapidez e ou violência.
(Segundo a lenda, o nó górdio prendia o timão ao jugo da carreta do rei Górdio, da Frígia e quem o desatasse seria o senhor da Ásia. Alexandre Magno, diante do nó, por volta de 330 A.C., cortou-o com sua espada e invadiu a Ásia.)
(Jô Soares, Revista
quarta-feira, 9 de maio de 2012
A construção da autonomia: uma conquista para toda a vida –
Telma P. Vinha
Faculdade de Educação – UNICAMP
Faculdade de Educação – UNICAMP
Conversando com professores e pais percebemos um crescente sentimento de
preocupação com algumas atitudes de nossas crianças e jovens contrárias aos
princípios morais. São relatadas condutas ofensivas como agressões, descaso,
vandalismo, preconceito e humilhações. Muitos se perguntam o que pode ter
levado uma criança que parecia ter um “bom comportamento” a agir
daquela maneira quando não estava sendo observada ou quando julgou que não
seria punida. A indisciplina dos alunos, além de interferir diretamente na
qualidade do ensino, tem sido apontada, por diversos estudos, como um dos
fatores de desmotivação com a carreira do professor. Como medida para contê-la,
muitos defendem o policiamento intensivo e permanente dos alunos e a adoção de
medidas mais duras em relação ao comportamento, incluindo expulsão ou
comunicação ao Juizado da Infância e da Juventude. Outros sugerem a contratação
de mais funcionários e a implantação de projetos de conscientização e
valorização da escola, envolvendo pais, alunos e comunidade. Se, por um lado,
todos os educadores gostariam de que seus alunos respeitassem as regras, por
entendê-las como necessárias para o convívio em sociedade, percebemos que a
insegurança e o despreparo diante dessas situações os têm levado a adotar
soluções temporárias e pontuais como mecanismo de contenção de conflitos.
Inúmeras escolas, por exemplo, dão advertência e suspensão como procedimento
disciplinar nas agressões físicas. Todavia, questionamos o que o aluno aprendeu
ao receber tal “penalidade”. Será que a partir delas desenvolveu formas não
violentas de expressar seus sentimentos? Ou estratégias mais cooperativas e
justas para resolver seus conflitos? Provavelmente aprendeu apenas que deve
evitar brigar dentro da escola. É o bom e velho “te pego lá fora”. É visível
que algo não está funcionando bem nesse formato. A criança fica sob nossa
tutoria por anos, então por que não estamos conseguindo ajudá-la a identificar
seus sentimentos de raiva ou rancor e a expressá-los de forma a não causar
danos maiores? Por que não estamos conseguindo ensinar nossos jovens a resolver
os conflitos de forma mais elaborada, por meio do diálogo? Será que estamos
apenas controlando seus comportamentos de forma a evitar o conflito no espaço
escolar? Será que realmente, como afirmam muitos especialistas, não temos nada
a ver com o que ocorre fora dos muros da escola? Não queremos formar jovens
desrespeitosos ou que são “educados” apenas diante de contenção, recompensa ou
vigilância. Pessoas assim agem por conformismo, medo, obediência acrítica a uma
autoridade, ou ainda por necessidade de agradar o outro. Queremos jovens que
saibam interagir nas mais diversas situações seguindo critérios e regras morais
próprios, que levem em consideração o sentimento, as necessidades e as
perspectivas de si mesmos e dos demais participantes. Gostaríamos que os alunos
entendessem as regras como necessárias na organização dos trabalhos e para que
haja justiça, harmonia e respeito nas relações. E que estas devam ser seguidas
sem expectativa de um retorno concreto por isso.
O desenvolvimento da
autonomia moral
Segundo a teoria
construtivista de Jean Piaget, os valores morais são construídos a partir da
interação do sujeito com os diversos ambientes sociais. Assim, a moralidade não
se aprende por meio da transmissão verbal. Ela se desenvolve em estreita
conexão com o meio social, num processo de construção contínua. Para Piaget, a
questão da moralidade não reside somente no cumprimento de normas e regras, e
sim nos motivos de as seguirmos. Assim, duas pessoas podem não furtar por
motivos distintos. Uma, por medo de ser pega. A outra por entender que os
objetos não lhe pertencem. Ambas não furtaram, mas a motivação foi muito
distinta. É nessa motivação que reside o valor moral da ação. A criança nasce
na anomia, isto é, na ausência total de regras e leis. Mais tarde, aos 3 ou 4
anos, quando começa a perceber a si própria e aos outros, entendendo que há
coisas que podem ou não ser feitas, torna-se heterônoma. No sujeito heterônomo,
a fonte de obediência é exterior. Ele sente-se obrigado a obedecer às pessoas
que consideram dotadas de autoridade, submetendo-se aos valores de sua
comunidade de acordo com as circunstâncias, com valores próprios pouco
conservados, pois a regulação é externa. Isto significa que em alguns
contextos, a pessoa segue determinados valores e em outros não. E como o que a
regula são fatores externos, seu comportamento pode se transformar, quando os
fatores externos mudam. Voltemos ao exemplo de quem furta. A pessoa que se
regula pelo medo de ser pega (heterônoma) pode vir a cometer o delito na
ausência de vigilância ou do medo de ser punida (fator regulador externo). A
partir dos 8 anos, com a entrada no período operatório concreto, a criança tem
a possibilidade
de desenvolver sua autonomia. Nós, adultos, temos simultaneamente as duas
tendências morais, autônoma e heterônoma em níveis diferentes. O indivíduo
autônomo é aquele que deixa de legitimar a regra pela simples autoridade, e sim
mas por entendê-la como um contrato entre iguais. Ele segue um código de ética
interno, obrigando-se a considerar o outro além de si, passando então a
praticar a auto-regulação. Assim, não importa o fator externo, pois são seus
valores íntimos que norteiam seu comportamento. “Eu não furto porque não pego
algo que não é meu.”
O ambiente de desenvolvimento
sociomoral[1]
Inúmeros estudos indicam que as
escolas influenciam de modo significativo a formação moral de crianças e
jovens. Não devemos minimizar a influência da família, mas precisamos modificar
a crença reducionista e cômoda de que a escola é impotente diante dela. A
moralidade, como vimos anteriormente, desenvolve-se em estreita relação com o
meio, dependendo da qualidade das relações sociais. Ora, se a criança e o jovem
passam grande parte de sua vida interagindo dentro de uma instituição de
ensino, desenvolvendo relações baseadas em normas, comportamentos e em
conceitos ali estabelecidos, como ignorar a influência do ambiente escolar
neste processo? Consciente ou não, a escola sempre atuará no desenvolvimento da
moralidade de seus alunos. Contudo, ainda são poucas as que os conduzem em
direção à autonomia.
Piaget considera que a autonomia não
se desenvolve em uma atmosfera de autoridade, opressão intelectual e moral.
Também não se dá por discursos, sermões, sanções, normas ou atividades
estéreis. Ao contrário, para que ela ocorra, são fundamentais as vivências em
situações de cooperação, liberdade de pesquisa, respeito mútuo e também a
experiência de vida. É a partir dessas trocas que a criança desenvolve sua
personalidade, percebendo aos poucos que as pessoas têm diferentes necessidades
e maneiras de pensar e agir. Nenhuma escola quer formar alunos acríticos,
obedientes, submissos ou heterônomos. Todavia, no cotidiano das famílias e das
escolas, os adultos utilizam procedimentos que levam as crianças e jovens a se
submeterem às normas porque uma autoridade que sabe o que é “melhor para elas”
assim o quer. Esses caminhos levam mais à obediência do que à autonomia. Assim,
encontramos comumente nas escolas a imposição de regras tolas e desnecessárias (“não
usar modismos, não conversar sem a autorização do professor”), normas que
não se flexibilizam (“não posso deixar você entrar sem uniforme, mesmo
sabendo que caiu achocolatado na sua camiseta e você estava na casa de seu pai,
onde não há outra camiseta para você trocar”), ou normas embasadas na mera
obediência da autoridade (“não pode usar boné porque é regra da escola”).
Para que tais normas sejam cumpridas, são empregados procedimentos exteriores
(recompensa, censuras, ameaças, vigilância ou punição), reforçando a submissão
e a obediência acrítica. Esses procedimentos dificultam a compreensão do motivo
das regras, podendo em longo prazo apresentar efeitos indesejados, pois dificultam
que o jovem construa suas próprias razões internas para seguir as regras
morais. Para haver legitimação, é importante que o educar faça o cumprimento
das normas corresponder a uma sensação de bem-estar, de satisfação interna, de
orgulho ao respeitá-las, e também que promova a reflexão sobre as possíveis
consequências do não cumprimento das mesmas. Sob a perspectiva da autonomia, os
conflitos são necessários ao desenvolvimento da criança e do jovem, devendo ser
encarados como ricas oportunidade de se trabalhar valores e regras. Assim, o
educador não prioriza a solução do conflito em si, mas o processo de resolução
e a forma com que os envolvidos enfrentam o problema (o que se aprende com o
ocorrido). Os educadores que dominam esta concepção compreendem o conflito e
sua solução como partes importantes do currículo, assim como outros conteúdos
que precisam ser trabalhados. E, ao invés de gastarem tempo e energia tentando
preveni-los, aproveitam-nos para auxiliar os alunos a conhecerem seus próprios
pontos de vista, os pontos de vista dos outros e a buscarem soluções
aceitáveis, respeitosas e cooperativas. Construir na instituição educativa um
ambiente favorável ao desenvolvimento de personalidades autônomas é algo
complexo, ainda pouco compreendido, mas necessário se de fato queremos formar
cidadãos éticos. É necessário ainda o entendimento que a ética deverá estar
presente nas mais diversas dimensões da escola, tais como na relação da equipe,
no trabalho docente, na postura, nos juízos emitidos, na qualidade das
relações, nas intervenções da indisciplina, do bullying, na maneira como
o conhecimento é transmitido, trabalhado e avaliado, nas relações com a
comunidade… Passa a ser o eixo central que estrutura todas as atividades e
relações.Para que haja tomada de consciência é preciso também que haja
reflexão. Para isso, a moral também deve ser apresentada como objeto de estudo
multidisciplinar, abrindo oportunidade de se pensar e debater sobre o tema,
podendo-se utilizar como recursos: filmes, textos, teatros, murais e trabalhos
artísticos. É preciso também oferecer propostas de atividades sistematizadas
que trabalhem os procedimentos morais, tais como assembleias, discussão de
dilemas, debates etc. Assim, possibilita-se a apropriação racional de normas e
valores, o autoconhecimento, a reflexão do motivo de se agir de acordo com
regras justas e necessárias, a aprendizagem de formas mais assertivas e
eficazes de se resolver conflitos e, consequentemente, o desenvolvimento da
autonomia.Considerando que a moral traz auto-restrições à liberdade, uma pessoa
só aceitará tais restrições se fizerem sentido para ela, se lhe trouxerem o
sentimento de auto-respeito, de dignidade ou de honra. Uma educação que visa
efetivamente ao desenvolvimento da autonomia, e não à simples obediência
conformista às regras impostas, não pode ser reduzida à transmissão de valores
por meio de discursos, à imposição de normas e sanções ou a atividades
estéreis.A conquista de relações equilibradas e respeitosas, o que não
significa que os conflitos estarão ausentes, não é decorrente de um simples
processo de amadurecimento ou de se aguardar passivamente a mudança da
sociedade como pré-requisito para tanto. Essa conquista depende de todo um
processo de construção e aprendizagem, visto que a criança ou o jovem não irão
aprender sozinhos questões tão complexas se não foram previstas boas
intervenções e oferecidas situações que contribuam para essa aprendizagem.Em
vez de investirmos nossos esforços na antecipação, contenção e obtenção de um
“bom comportamento” do aluno (muitas vezes por medo ou conformismo), deveríamos
dirigir nossos olhares para o desenvolvimento e para a aprendizagem da
autonomia. Nessa perspectiva, a ética é considerada “vacina e não remédio”,
necessitando para tanto de uma contínua vivência da cidadania em um ambiente
sociomoral cooperativo.
Telma Vinha é pedagoga, doutora em Educação e professora da Faculdade de Educação da
Unicamp. Pesquisadora na área de relações interpessoais e desenvolvimento
moral, é autora de O educador e a moralidade infantil e de Quando a
escola é democrática: um olhar sobre a prática das regras e assembleias na
escola.
[1] Um ambiente sociomoral é toda a rede de
relações interpessoais que forma a experiência escolar do aluno, incluindo o
relacionamento com o professor, com os colegas, com os estudos e com as regras.
sábado, 31 de março de 2012
Pessoas que beijam a realidade mudam sua vida e o mundo
"Nossa realidade pode ser árida como um deserto, e tudo o que temos nsa mãos talvez sejam a apenas pedras. Mesmo assim podemos, podemos construir algo. Podemos começar de novo. Podemos mudar tudo." Este é o pensamento de Tejon em : O Beijo na realidade - Editora Gente
Em seu livro ele nos relata uma história de um viajante em uma região semideserta. Esse viajante estava faminto e tudo o que via à sua frente eram pedras, muitas pedras. Enquanto viajava avistou uma casa, mas não se animou, visto que a dona da casa era uma pessoa avarenta e nunca lhe daria de comer. Mesmo assim bateu à sua porta e foi logo dizendo: "Minha senhora, vejo que em seu jardim existem muitas pedras de um tipo especial." Curiosa ela quis saber o quanto eram especiais.
“A senhora não sabe? São pedras que dão sopas deliciosas. Se quiser posso lhe ensinar afazer essa sopa." Mulher gananciosa, animou-se com a economia que faria; convidou-o a entrar em sua cozinha e passou a oferecer-lhe tudo o que pedia.
“A senhora vê? Estas são as mais saborosas", e tirava a colher do caldeirão e pingava um pouco na mão e provava. A senhora só queria saber se já estava pronta a sopa , mas o viajante só fazia pedidos, acrescentando detalhes como: legumes, carnes, ao que a senhora atendia. Em determinado tempo anuncia que a sopa estava pronta e que ela deveria deixá-lo provar, pois existem pedras que são tóxicas; caso não se intoxicasse ela poderia fartar-se da sopa. A senhora logo consentiu, estava contente em saber que poderia reaproveitar as pedras, o que geraria economia.
Após alimentar-se, matar sua fome, o viajante segue seu caminho.
Sua realidade eram pedras e uma mulher avarenta. Mas isto não o impediu que saciasse sua fome e prosseguisse a viagem.
Pode ser só uma historia, mas ha gente que pega uma pedreira pela frente e realiza coisas maravilhosas.
Em seus escritos Tejon nos ensina que todo progresso surge do enfrentamento da realidade. A realidade e o alicerce do sonho possível, pois sonho e o que você faz com a realidade enquanto sonha.
Em seu livro ele nos relata uma história de um viajante em uma região semideserta. Esse viajante estava faminto e tudo o que via à sua frente eram pedras, muitas pedras. Enquanto viajava avistou uma casa, mas não se animou, visto que a dona da casa era uma pessoa avarenta e nunca lhe daria de comer. Mesmo assim bateu à sua porta e foi logo dizendo: "Minha senhora, vejo que em seu jardim existem muitas pedras de um tipo especial." Curiosa ela quis saber o quanto eram especiais.
“A senhora não sabe? São pedras que dão sopas deliciosas. Se quiser posso lhe ensinar afazer essa sopa." Mulher gananciosa, animou-se com a economia que faria; convidou-o a entrar em sua cozinha e passou a oferecer-lhe tudo o que pedia.
“A senhora vê? Estas são as mais saborosas", e tirava a colher do caldeirão e pingava um pouco na mão e provava. A senhora só queria saber se já estava pronta a sopa , mas o viajante só fazia pedidos, acrescentando detalhes como: legumes, carnes, ao que a senhora atendia. Em determinado tempo anuncia que a sopa estava pronta e que ela deveria deixá-lo provar, pois existem pedras que são tóxicas; caso não se intoxicasse ela poderia fartar-se da sopa. A senhora logo consentiu, estava contente em saber que poderia reaproveitar as pedras, o que geraria economia.
Após alimentar-se, matar sua fome, o viajante segue seu caminho.
Sua realidade eram pedras e uma mulher avarenta. Mas isto não o impediu que saciasse sua fome e prosseguisse a viagem.
Pode ser só uma historia, mas ha gente que pega uma pedreira pela frente e realiza coisas maravilhosas.
Em seus escritos Tejon nos ensina que todo progresso surge do enfrentamento da realidade. A realidade e o alicerce do sonho possível, pois sonho e o que você faz com a realidade enquanto sonha.
Abrace a realidade e conquiste o mundo.
sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
O Matador de Dragões
Zhuangzi, um célebre autor chinês, conta a história de Zhu Pingman, que foi procurar um mestre para aprender a melhor maneira de matar dragões.
O mestre treinou Pingman por dez anos seguidos, até que este conseguiu desenvolver, com perfeição, a técnica mais sofisticada que havia para matar dragões.
A partir dali, Pingman passou o resto da vida procurando dragões, a fim de poder mostrar a todos sua habilidade. Para sua grande decepção, nunca encontrou nenhum.
O autor da história então comenta: “Todos nós nos preparamos para matar dragões e terminamos sendo devorados pelas formigas dos detalhes, às quais nunca prestamos atenção.
Paulo Coelho, Histórias para pais, filhos e netos. 2001.
*** Ao começarmos um novo ano letivo, quando traçamos planos,elaboramos metas,não podemos dos esquecer de "olhar as formigas'; pensamos em ações grandiosas e não nos atentamos para os detalhes que alicerçam a obra.
Atravessando pontes : nossas escolhas e ações
Olá amigos e leitores, gostaria de compartilhar com vocês algumas reflexões, neste ano de 2012.
Em 2010 e 2011, li, conheci e estudei sobre plasticidade cerebral, modificabilidade cognitiva e aprendizagem mediada;isto em função de meu trabalho de dissertação de mestrado.Estas leituras e estudos ( Vygotsky,Feuerstein,Paulo Freire, Vitor da Fonseca,Rubem Alves e outros) consolidam minha hipótese de que a formação acadêmica e também aquela que se dá em serviço, do profissional da educação,direcionam e viabilizam a prática mediadora.
Uma práxis pedagógica mediadora concretiza-se quando possui intencionalidade e reciprocidade.Ao conhecer e reconhecer as potencialidades daqueles que mediaremos podemos, intencionalmente,intervir e mediar os conhecimentos necessários á concretização das competências.Isto é ser 'ponte'.Ponte não serve para ligar,atravessar,ultrapassar? Nossas escolhas e ações dão sentido de "ponte"?
Ao falarmos do cérebro como um órgão plástico, estamos defendendo as potencialidades diversas e desconsiderando a 'cristalização', a regularidade sem flexibilidade.
Estas linhas são somente uma provocação,futuramente detalharemos alguns questionamentos.
Em 2010 e 2011, li, conheci e estudei sobre plasticidade cerebral, modificabilidade cognitiva e aprendizagem mediada;isto em função de meu trabalho de dissertação de mestrado.Estas leituras e estudos ( Vygotsky,Feuerstein,Paulo Freire, Vitor da Fonseca,Rubem Alves e outros) consolidam minha hipótese de que a formação acadêmica e também aquela que se dá em serviço, do profissional da educação,direcionam e viabilizam a prática mediadora.
Uma práxis pedagógica mediadora concretiza-se quando possui intencionalidade e reciprocidade.Ao conhecer e reconhecer as potencialidades daqueles que mediaremos podemos, intencionalmente,intervir e mediar os conhecimentos necessários á concretização das competências.Isto é ser 'ponte'.Ponte não serve para ligar,atravessar,ultrapassar? Nossas escolhas e ações dão sentido de "ponte"?
Ao falarmos do cérebro como um órgão plástico, estamos defendendo as potencialidades diversas e desconsiderando a 'cristalização', a regularidade sem flexibilidade.
Estas linhas são somente uma provocação,futuramente detalharemos alguns questionamentos.
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