quinta-feira, 17 de novembro de 2011

               Gênero, sexualidade e diversidade.

            O Professor Thomas S.M. Fonseca da Secretaria de educação de Juiz de Fora,durante o II Seminário Regional de Educação Inclusiva, de Ponte Nova, afirma que a questão de gênero diz respeito às relações entre sujeitos; refere-se a tudo que é classificado como feminino ou masculino  numa determinada cultura e contexto histórico, ou seja, é uma construção social. O professor diferenciou o gênero da sexualidade que, segundo o mesmo é o conjunto de saberes, símbolos, valores e crenças relacionadas às formas de vivência de prazer e afetividade.

            Thomas apresentou a educação para a sexualidade como possibilidade de se viver, de forma ética, os prazeres; as identidades sexuais, segundo o professor, não são dados da natureza, são papéis que se constroem culturalmente.

            O conferencista contextualiza sua “fala” a uma visão pós-moderna; visão de continuação da modernidade, onde se discute as fronteiras. É o tempo da liquidez. Ele cita Foucault quando fala da sexualidade e a relação de poder, apresenta-a como dispositivo histórico, uma invenção.  

           Em tempo de liquidez, preocupa-me o fato das “verdades” relativas de um mundo machista que vivencia vários movimentos de minorias. O fato de que os conceitos  “tomam formas” mediante a cultura “dominante”,leva-nos à reflexão sobre a relação de poder/domínio.

Cláudia G. S. Rodrigues

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Afetividade,mediatização e cognição

AFETIVIDADE, MEDIATIZAÇÃO E COGNIÇÃO
Cláudia G. S. Rodrigues *
callrodrigues@yahoo.com.br
          Nestes últimos de magistério, em especial o período de 2005 a 2010 trabalhando em escola do Projeto Incluir da SEE/MG,tive várias oportunidades de participar de cursos de capacitação e me dediquei a pesquisar, ler e estudar sobre a modificabilidade cognitiva e a aprendizagem mediada de Reuven Feuerstein; revi a pedagogia social de Paulo Freire e de Vygotsky;li várias obras de Vitor da Fonseca e muitos artigos e livros relacionados à área da psicopedagogia .
          Concordo com o professor Chalita quando afirma que “há muitas formas de transmissão do conhecimento, mas o ato de educar só se dá com o afeto, só se completa com o amor”;já que os afetos constituem a classe restrita das emoções que acompanham algumas relações interpessoais,eles nos remetem a atitudes de bondade,proteção,acolhida e devoção,o que faz com que o “educador” exerça função primordial no desenvolvimento holístico dos educandos.
          Ao entendermos que a essência da cognição é sua propensão à resolução de problemas, vimos que é também, a essência da adaptabilidade criativa da espécie humana (Fonseca, 2002).
Já que o cérebro é um órgão plástico e o processo de aprendizagem decorre neste espaço,é importante lembrarmos que  a arquitetura da cognição decorre de processos neurais e que, a cognição evoca sistemas neurais que são produtos da evolução filogenética ( sobrevivência, prazer e aprendizagem) e da evolução ontogenética ( linguagem corporal, falada e escrita), o que viabiliza diversos estilos de vida e processos de aprendizagem.
          Feita esta introdução pretendo, sem lançar mão de receitas que propõem uma ação simplista a uma atividade tão complexa, propor algumas idéias para os educadores mediadores se inspirarem, refletirem, questionarem.
1-      MEDIADOR (A) é o (a) educador (a) que acredita nas múltiplas inteligências e na plasticidade cerebral.

Desafio à reflexão:
“Ensinar exige a convicção de que  a mudança é possível” ( Paulo Freire ,2009)

2-      MEDIADOR (A) é o (a) educador (a) que sabe gerir o seu trabalho de forma intencional e planejada.

Desafio à reflexão:
“Ensinar exige rigorosidade metódica, pesquisa, criticidade.” (Paulo Freire, 2009)

3-      MEDIADOR (A) é o (a) educador (a) que faz uso do processo de transfere (bridging);é a ação de ponte, de relações, onde se aprende o conceito ou o princípio de pensamento – Aprender a prender.

Desafio à reflexão:
“Assim são os saberes: ferramentas. Ninguém aprende ferramenta para aprender ferramenta. O sentido da ferramenta é o seu uso na prática. O sentido de um saber é o seu uso na prática.” ( Rubem Alves,2002)
4-      MEDIADOR (A) é o (a) educador (a) que entende sua função no impulsionamento da maturação da estrutura cognitiva do sujeito.
Desafio à reflexão:
               “Professores, grosso modo, são, provavelmente, a mais ignorante classe de seres no
            inteiro grupo de trabalhadores mentais.” (Henry L. Mencken- 1880-1956)

5-      MEDIADOR (A) é o (a) educador (a) que modula a intensidade do estímulo de acordo com a necessidade do mediado.

Desafio à reflexão:
“Marcada pela presença intencional do outro, a mediação é uma qualidade funda-mental para que a criança insira-se na ordem humana.” (Cristiano M. A. Gomes, 2002)


6-      MEDIADOR (A) é o (a) educador (a) que extrapola o dia-a-dia, transcendendo relações e produzindo “verdades” junto ao mediado.

Desafio à reflexão:
“ Na ausência da crença na modificabilidade, ou na relutância para se engajar na sua aplicação,o sistema educacional torna-se anêmico, manifestando, na melhor das hipóteses, uma proposta de aceitação passiva, que é aceitação do indivíduo como ele é.Na pior, a escola rejeita-o de modo espartano, quando sua condição não preenche aas expectativas da sociedade.” ( Feuerstein e Feuerstein,1994)

*Educadora da rede estadual de ensino de MG, psicopedagoga institucional em rede particular de ensino – Salesiana – MG, mestrando em Gestão Educacional – UPS - Equador
         

Recursos Bibliográficos:

ALVES, Rubem – A escola quê sempre sonhei, sem imaginar que pudesse existir. Ed.Papirus
                              2001.
_____________ Por uma educação Romântica, Ed. Papirus – 2002
FONSECA, Vitor – Pedagogia Mediatizada – Ed. Salesiana, 2002
_______________ Modificabilidade Cognitiva - Ed. Salesiana, 2002
FREIRE, Paulo – Pedagogia da Autonomia – Ed. Paz e Terra – 2009
GOMES, Cristiano M. Assis- Feuerstein e a construção mediada do conhecimento. Artmed,
                              2002.
MONTE-SERRAT, Fernando – Emoção, afeto e amor – Ingredientes do processo educativo
                               Editor Planeta, 2007
PIAZZI, Pierluigi- Ensinado Inteligência – Col. neuropedagogia Vol. 3. Ed. ALEPH,2009

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Educadores e chaveiros

   O poetra disse que as portas só vivem abertas no céu. Como estamos longe dele; eu em particular só desejo conhecê-lo após ter passadop por muitas portas,como mãe, avó e educadora de mais crianças e jovens além dos meus,gosto de questionar sobre a arte de ser "chaveiro",criador de chaves.
   O mundo em que vivemos apresenta-nos várias portas, com isto várias fechaduras... O meu questionamento neste momento está no fato de,por vezes, tentarmos usar a mesma chave e, o que é pior, nos iramos por as portas não se abrirem.

    É preciso aprendermos o ofício de chaveiros....

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

O Perfeil do professor competente

 Área do Currículo

- Conhecimento dos objetivos, processos e conteúdo curricular.
- Familiaridade com o escopo e articulação entre as disciplinas e os conteúdos.
- Visão global do currículo e dos princípios de sua organização.
- Visão integrada e dinâmica do currículo em relação à realidade.
- Perspectiva interdisciplinar.

Área pedagógica

- Compreensão de processos e estilos de aprendizagem.
- Compreensão da realidade social, seu significado, formas de manifestação e sua relação com o conhecimento sistematizado.
- Habilidade de realizar planejamento pedagógico dinâmico.
- Habilidade em usar uma variedade de estratégias pedagógicas.
Habilidade de combinar técnicas pedagógicas com o estilo de aprendizagem dos alunos.
- Habilidade de utilizar uma variedade de técnicas de avaliação da aprendizagem.

Área de gestão de sala de aula/Relacionamento Interpessoal

- Compreensão da dinâmica do comportamento de alunos individualmente e em grupo.
- Habilidade de criar ambiente de aprendizagem construtivo e orientado por disciplina mental e comportamentos conduzentes a aprendizagem significativas.
- Habilidade de dar feedback construtivo.
- Habilidade de motivar os alunos e mobilizar sua atenção.
-Habilidade de diagnosticar necessidades de aprendizagem e propor alternativas interessantes para promovê-las.
- Habilidade de identificar estilos e ritmos diferenciados de aprendizagem e orientá-los adequadamente.
- Habilidade de manejar tensão e conflito e vencer obstáculos.
- Habilidade de compreender o ponto de vista dos alunos e a dinâmica de grupo e de sua turma.
- Habilidade de fazer demonstrações criativas de conceitos a serem aprendidos.

Área escolar

- Habilidade de trabalhar em equipes.
- Habilidade de perceber a relação entre o trabalho de sua turma com o contexto da escola.
- Habilidade de escutar e compreender o ponto de vista de colegas e de pais de alunos.



LÜCK, Heloisa (2005). A escola participativa: o trabalho do gestor escolar. Petrópolis, RJ: Vozes.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

A questão da autoestima Prof. Tania Zagury

Uma das grandes preocupações do momento em Educação e Psicologia é com a auto-estima. Professores, psicólogos e pais debruçam-se sobre a questão com cuidado crescente. Esclarecer alguns pontos básicos parece-me, portanto, valioso e útil.
Auto-estima (auto-imagem ou amor próprio) é a forma pela qual o indivíduo percebe seu próprio eu. É o sentimento de aceitação da sua maneira de ser. Se a pessoa se vê de forma positiva, valorizando suas características, podemos dizer que tem auto-estima elevada ou positiva. Se, ao contrário, ela não se aceita ou se desvaloriza, isto é, se há inconformidade consigo mesma, dizemos que tem baixa auto-estima ou auto-estima negativa. O cuidado especial com o tema deve-se ao fato de que indivíduos com baixa auto-estima têm possibilidades maiores de apresentar problemas como depressão e insucesso profissional, entre outros. O risco de fazerem uso de drogas e tornarem-se dependentes químicos é também mais elevado. São também passíveis de serem manipuladas e de cederem às pressões do grupo com mais facilidade. Daí porque, dentre as medidas de prevenção ao uso de drogas, inclui-se hoje o trabalho no sentido de melhorar a auto-estima.
A auto-estima começa a se formar muito cedo. Desde bem pequena a criança em interação com o meio, através das experiências vivenciadas vai incorporando idéias sobre si, que influenciarão suas atitudes posteriores. Nem preciso dizer o quanto nós, pais e professores – mais uma vez, tadinhos de nós, quanta responsabilidade sobre nossos ombros! -, temos peso na formação desse conceito. Embora não seja o único fator determinante, a ação de pais e docentes é essencial.
O que fazer, portanto, para que nossos filhos e alunos se vejam a partir de uma ótica positiva? O  que pode beneficiar ou prejudicar esse processo?
Uma das atitudes mais importantes é o respeito pela dignidade da criança. Tem gente que acha que, como a criança é pequena, não tem ainda sensibilidade nem percepção. Daí que falam e agem de acordo com essa idéia, inverídica. Mesmo a criança pequena, sente-se menosprezada se não levam em consideração seus sentimentos, se não atendem suas necessidades e desejos (evidentemente os que podem ser atendidos), se não é ouvida com atenção, se, sem nenhum motivo, ordens são dadas aos gritos e se não há respeito mínimo a sua privacidade. Esse é o primeiro passo: avaliar até que ponto os tratamos com respeito. Muitas pessoas relacionam-se com os vizinhos e amigos com educação e deferência, mas não fazem o mesmo com as crianças. Por outro lado, é bom lembrar que tratar as crianças de forma digna, não impede que as eduquemos, que estabeleçamos limites, regras, que digamos não quando necessário, e que também possamos fazer críticas construtivas todas as vezes que necessário.
Outro elemento fundamental é descobrir e ressaltar as qualidades e o valor que cada um de nossas crianças têm, evitando, o mais possível, fazer comparações – especialmente as desabonadoras – entre elas. Toda criança tem, desde a infância, características de personalidade que a diferenciam e individualizam. É claro que determinados traços – a capacidade de fazer cálculos matemáticos com rapidez, por exemplo - são valorizados e tidos como qualidades, enquanto que outros – a timidez, por exemplo – são encarados como “defeitos”. Se os adultos que convivem com a criança ou o jovem,  passam a maior parte do tempo, ressaltando aquilo que a sociedade convencionou chamar de “defeito”, eles começa a se ver como seres incompletos e  incapazes, o que, sem dúvida, irá contribuir muito pouco para que tenha uma auto-estima elevada. Se, ao contrário, as qualidades e virtudes são ressaltadas com freqüência, a possibilidade de ter auto-estima positiva cresce bastante. “João não dá para esportes” ouvido durante anos, poderá levar João a evitar qualquer atividade relacionada. “Angélica, minha filha mais velha é linda; mas a caçula, Antonia, em compensação é muito simpática” quase com certeza levará Antonia a introjetar a idéia de que é feia.
Confiar na criança é outro procedimento que contribui positivamente. Se seu filho lhe relata algo e vê, que, em seguida, você vai “tirar a limpo” com outra pessoa a veracidade do fato, é claro que sentirá que você não acredita nele. A criança reflete, de forma contundente, essa imagem que os pais têm dela. Se não crêem nela, ela tende também a não crer em si. Além disso, é preciso demonstrar confiança e fé na capacidade de o filho realizar aquilo a que se propõe. Se a criança diz que vai fazer uma pintura para a vovó e é estimulada alegre e confiantemente (“Ah, sim, faça isso... você pinta lindamente e sua avó vai ficar orgulhosa!”), acreditará na sua capacidade. Se não foi bem na escola num determinado bimestre, e os pais demonstram que sabem que o filho vai superar aquela dificuldade, estimulando-o com palavras e atos (“Isso pode acontecer com qualquer um, sei que você vai arrasar no próximo bimestre! Se precisar de alguma coisa, estou aqui para ajudar.”), a chance de superar a  crise é muito maior. O mesmo se repete em relação aos professores.
Outro fator importante é não criar expectativas exageradas. Quer dizer, se, desde pequeno, você começa a dizer para seu filho, a família e os vizinhos, tudo que “ele vai ser quando crescer” pode estar ativando um nível de metas que a criança nem sempre se sente capaz de alcançar, tornando-a ansiosa “por fazer coisas sensacionais”. As realizações simples do dia a dia - que, aliás, deveriam ser metas suficientes para todos - como passar de ano, tirar notas boas, ter um bom emprego e uma relação afetiva feliz, acabam obliteradas pelo desejo, por exemplo, de ser o melhor da classe, ter o maior salário ou ser alguém muito famoso. Menos do que isso será considerado sempre muito pouco e, obviamente, motivo de frustração e baixa auto-estima. Basicamente o que importa é que tenhamos equilíbrio para nem deixar de incentivar nossos filhos a progredirem, a irem adiante e a vencerem suas próprias limitações, nem tampouco fazer com que se considerem verdadeiros super-homens, levando a que se julguem acima ou melhores do que os colegas, adotando posturas prepotentes ou de menosprezo pelos demais. Os docentes devem atuar da mesma forma.
Também é importante fator de auto-estima, separar o ato do autor. Quando seu filho (ou seu aluno) fizer algo inadequado, evite generalizar; não o critique como pessoa. “Eu já sabia que você era um preguiçoso, mas agora, depois desse boletim, tenho certeza” ou “Nem preciso perguntar quem quebrou o abajur da sala, o desastrado da casa, quem mais?!...” - nada mais eficiente do que ataques pessoais, para fazer com que a criança sinta-se um zero à esquerda.  E para que tenha a confirmação de suas suspeitas: “eu sabia que nada iria adiantar, meus pais ( ou professores) não vêem mesmo meus esforços, para que lutar?”. A confirmação de que sua concepção de que não tem valor é verdadeira, poderá consolidar o conceito de menos-valia, que dificilmente será superado. Se, ao contrário, ao chamarmos a atenção dos nossos filhos para o que fizeram de errado, fixarmos o ato em si (“Meu filho, isso que você fez não combina com você” ou “Tenho certeza que você pode fazer melhor que isso,  conheço sua capacidade”) estaremos possibilitando seu crescimento e a superação do problema, sem abalar a auto-estima. As censuras devem dirigir-se ao fato concreto e não à personalidade ou características da pessoa. Os professores também devem agir com esse objetivo em mente.
Tendo esses cuidados, pais e mestres estarão contribuindo decisivamente para a auto-estima positiva das novas gerações.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

As azaleias não florescem

        " Imaginem que um zelador tivesse o mesmo tipo de mentalidade que ronda as secretarias(ou ministério) da educação deste país.Esse zelador é encarregado de tomar conta de uma câmara fria, onde estão sendo cultivadas azaleias. Como todos sabem as azaleias são flores de inverno e só florescem se mantidas, por certo período,em baixas temperaturas.(Não sei o valor exato, mas digamos que seja entre 10 e 16º C.)
          Para fiscalizar o zelador ,é instalado no interior da câmara fria, um termômetro registrador, desses que vão traçando sobre um papel quadriculado a temperatura ao longo do tempo.
          De repente o zelador percebe que  atemperatura começa a subir demais, corredo o risco de passar do limite permitido. se ele pensa como a "autoridade do ensino", sai correndo e vai na geladeira buscar uma pedrinha de gelo para encostá-la no sensor do termômetro, não permitindo que a linha que está sendo traçada no papel, passe de 16º .
          Poroutro lado, se o risco, em outra ocasião, tiver tendência a baixar demais, não há nada como um bom fósforo aceso debaixo do sensor!
          Passado operíodo de "esfriamento" das azaleias, o papel mostra a linha impecável com pequenas oscilações...
         Tudo perfeito, a não ser por um pequeno detalhe: AS AZALEIAS NÂO FLORESCERAM!
         (...) Em nossas escolas... O termômetro tornou-se mais importante que a temperatuta.

                                         ( Prof. Pier Estimulando Inteligência- Ed. Aleph)

         Colegas educadores, o que temos a dizer sobre isto? Ou o que temos nós com isto?

terça-feira, 19 de julho de 2011

Semente de ideias: Cabeça de jardineiro

Semente de ideias: Cabeça de jardineiro

Cabeça de jardineiro

                                      
            Os sonhos não têm idade, sexo, nacionalidade ou credo. Eles só precisam que alguém sonhe, idealize e crie, pois o nosso amanhã é o hoje que transformamos.
            Como nos ensina Tejon, o sonho é o que você faz com a realidade enquanto sonha. Daí surge as ideias e criações. Cabeça de jardineiro é assim!
            Existindo o espaço físico, projetamos as cores, idealizamos os canteiros,buscamos os perfumes e saudamos a vida. Isto é tão difícil de entender? ...
            Você deve estar pensando em como se pode fazer a jardinagem com toda a poluição já existente, águas envenenadas... Como podemos buscar a beleza em um contexto que privilegia a massificação e superprodução? Onde buscar e cultivar a beleza e o perfume exóticos?
            Devemos entender que nossos sonhos e ações nos dão identidade. Mas o que é identidade? Talvez seja o que eu gosto, pois grande parte do que eu sou é constituído pelo que eu quero. Assim deve ser o verdadeiro jardineiro, aquele que se apaixona pelo que faz. Só este é capaz de construir estufas, produzir adubos naturais.  Ele sabe de cor – com o coração- o que deseja.
            Mas nada acontece de verdade, até que toquemos a realidade. Um toque de carinho e amizade, num gesto de abençoar. Este toque não pode ser impessoal, deve vir como um beijo que sela compromisso e descobre as realidades mais secretas
Como diria Alves, as sementes só engravidam a terra, se o plantio for prazeroso. Assim, o jardineiro deve ser aquele que provoca, excita a terra, para nela inseminar as sementes que gerarão os frutos que alimentarão ou embelezarão os jardins.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Professor semeador

PROFESSOR SEMEADOR
Tu és presença e pessoa.

Não podes fugir à responsabilidade de semear!

Não digas: o solo é áspero, o sol queima,

Chove freqüentemente, a semente não presta!


Não é tua missão julgar a terra,

O tempo, as coisas,

Tua missão é semear!

As sementes são abundantes

E germinam facilmente.

Um pensamento, um gesto,

Um sorriso, uma promessa de alento,

Um aperto de mão, um conselho amigo,

Um pouco de água!

Não semeies, porém, descuidadamente,

Como alguém que se desincumbe de uma obrigação,

Ou que cumpre uma simples tarefa!

Semeia com amor, com interesse, com atenção

Como quem encontra nisso o motivo de sua felicidade!

(...)
Porque semeias num mundo

Onde doar é receber,

Onde dar a vida é perdê-la,

Onde gastar servindo

È fazer crescer e transformar!


Semeia sempre em todo o terreno,

Em todo o tempo e com muito carinho,

A semente,

Como se estivesses semeando o próprio coração.

A esperança a regará!

Sai Semeador! Parte!

Prepara! Leva contigo tudo o que tens, tudo o que sabes

E acolhes o que o outro te dá!

Aceita o desafio do Semeador

Que semeia o bem, a verdade, a sabedoria!

Tu também és um grande Semeador!'.

        ( Autor desconhecido)              

Saber: UMA LEITURA PEDAGÓGICA DA INDISCIPLINA ESCOLAR

Saber: UMA LEITURA PEDAGÓGICA DA INDISCIPLINA ESCOLAR: "Vejam três grandes hipóteses explicativas da questão disciplinar, tentando demonstrar que se trata de versões diagnósticas que não se susten..."

terça-feira, 31 de maio de 2011

A prática em busca da excelência

Cláudia G. S. Rodrigues

O cenário mundial mudou. As famílias passam por transformações. O mercado de produção tem novas metas, explora outros valores. Não é bastante apenas ter informações, é preciso conhecer, aplicar os conhecimentos, resolver desafios e imprevistos. O profissional da educação, como formador de trabalhadores, deve priorizar a transformação da informação em conhecimento, além de mediar as descobertas de seus alunos; pois o conhecimento é superável, mas a capacidade de criar, não.

Para pontuar as características do profissional do século XXI, devemos analisar os valores culturais desejáveis para a excelência de qualquer trabalhador. Parte-se da ideia de que ou educamos para valores ou a educação não terá importância para as próximas gerações. A escola deve, então, ser biocêntrica – colocar a vida no centro de todas as abordagens. Sim, mas e o profissional? Como será sua atuação?

Este deve ser pontual, em respeito a seus pares e para garantir a confiança dos mesmos; focar o cliente, ou seja, sair de si mesmo e ter um olhar corajoso e investigador diante das possibilidades ou mesmo dificuldades do outro; ter consciência de custos, saber executar e planejar numa planilha de baixo custo, sem perder a qualidade de seu produto; possuir foco empresarial, trabalhar numa visão ampla, mas não fugir de suas responsabilidades e encargos ou negligenciá-los; estar orientado para o crescimento, aproveitar as oportunidades de aprendizagem, ser empreendedor, trabalhar suas habilidades e explorar outras, consolidar as competências.

Numa análise dos valores acima propostos, visando a uma educação formadora do caráter, que tem como alvo a postura integradora do ser, entende-se que, quando se respeitam colegas e alunos, foca-se a pessoa em construção, trabalhando de forma holística, mas sem perder o ponto de origem. Essa postura profissional viabilizará o controle de custos e o investimento no capital intelectual.

É relevante que se discuta sobre as virtudes, como valores necessários à formação de cidadãos  conscientes, pessoas respeitosas e solidárias. Sob o ponto de vista da psicologia, uma virtude é  a concretização de uma busca pela excelência .

Tendo-se a vida como o centro de nossos trabalhos, acrescento outros valores que contribuirão para o enriquecimento emocional e espiritual. Os profissionais, principalmente da educação, deverão acrescer à sua práxis comportamentos de sabedoria, sensibilidade, carisma, fé e esperança, para que sejam capazes de pensar a realidade, interpretá-la e levá-la às gerações seguintes para que também desenvolvam novos saberes.

A simples presença, a colaboração e a corresponsabilidade justificam os valores que estamos acrescendo à formação dos jovens. Se todo conhecimento, transformado em ação, for avaliado sabiamente, apresentado de forma carismática, embasado na crença e na esperança nas possibilidades do ser humano, sensibilizaremos as pessoas sobre o poder de olhar além do que os olhos podem ver.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Uma formadora de jardins...
            Século XXI, estamos vivendo a primeira década do terceiro milênio...
            Há quase trinta e cinco anos, recebia o meu diploma de professora. De lá pra cá, crianças, jovens e adultos fizeram e fazem parte de meu universo pedagógico.
            Minha história profissional foi construída de sonhos e edificada em ações, repletas de desejos, paixão, decepções e prazeres.
            Esta paixão teve início no momento em que conheci as idéias de Paulo Freire e sua pedagogia politizada e ao ler Rubem Alves descobri que podia e devia semear minhas crenças e “verdades”. Apaixonei-me pela visão de mundo e pessoas, apresentadas por eles.
            Mesmo sem saber da existência da escola da Ponte (Pacheco), já compreendia a força de minhas ações; com Cury, Werneck,Fonseca, Tejon,Feurstein, Wallon, Vygotsky, Piaget  e outros, descobri que sou apaixonada pela arte de educar.
            De certa feita, em um dos momentos de reflexão sobre minha práxis, fui provocada por Rubem Alves: O que se encontra no início? O jardim ou o jardineiro? Mas o que ou quem é um jardineiro? Ele me fez descobrir que jardineiro é uma pessoa cuja cabeça está cheia de jardins.
            Sem falsa modéstia, identifiquei-me com este jardineiro, afinal são mais de três décadas de plantio, zelo e colheitas. Foi assim que surgiu este trabalho,uma reflexão sobre minha vida de jardineiro e os jardins que ajudei a plantar.
            Estou presenteando a meus filhos e netos, alunos e colegas de seara, com minhas idéias sobre jardins.
            Continuemos a semear e cuidar, para colher comigo os melhores frutos.
Cláudia Gomes Silveira Rodrigues