terça-feira, 31 de maio de 2011

A prática em busca da excelência

Cláudia G. S. Rodrigues

O cenário mundial mudou. As famílias passam por transformações. O mercado de produção tem novas metas, explora outros valores. Não é bastante apenas ter informações, é preciso conhecer, aplicar os conhecimentos, resolver desafios e imprevistos. O profissional da educação, como formador de trabalhadores, deve priorizar a transformação da informação em conhecimento, além de mediar as descobertas de seus alunos; pois o conhecimento é superável, mas a capacidade de criar, não.

Para pontuar as características do profissional do século XXI, devemos analisar os valores culturais desejáveis para a excelência de qualquer trabalhador. Parte-se da ideia de que ou educamos para valores ou a educação não terá importância para as próximas gerações. A escola deve, então, ser biocêntrica – colocar a vida no centro de todas as abordagens. Sim, mas e o profissional? Como será sua atuação?

Este deve ser pontual, em respeito a seus pares e para garantir a confiança dos mesmos; focar o cliente, ou seja, sair de si mesmo e ter um olhar corajoso e investigador diante das possibilidades ou mesmo dificuldades do outro; ter consciência de custos, saber executar e planejar numa planilha de baixo custo, sem perder a qualidade de seu produto; possuir foco empresarial, trabalhar numa visão ampla, mas não fugir de suas responsabilidades e encargos ou negligenciá-los; estar orientado para o crescimento, aproveitar as oportunidades de aprendizagem, ser empreendedor, trabalhar suas habilidades e explorar outras, consolidar as competências.

Numa análise dos valores acima propostos, visando a uma educação formadora do caráter, que tem como alvo a postura integradora do ser, entende-se que, quando se respeitam colegas e alunos, foca-se a pessoa em construção, trabalhando de forma holística, mas sem perder o ponto de origem. Essa postura profissional viabilizará o controle de custos e o investimento no capital intelectual.

É relevante que se discuta sobre as virtudes, como valores necessários à formação de cidadãos  conscientes, pessoas respeitosas e solidárias. Sob o ponto de vista da psicologia, uma virtude é  a concretização de uma busca pela excelência .

Tendo-se a vida como o centro de nossos trabalhos, acrescento outros valores que contribuirão para o enriquecimento emocional e espiritual. Os profissionais, principalmente da educação, deverão acrescer à sua práxis comportamentos de sabedoria, sensibilidade, carisma, fé e esperança, para que sejam capazes de pensar a realidade, interpretá-la e levá-la às gerações seguintes para que também desenvolvam novos saberes.

A simples presença, a colaboração e a corresponsabilidade justificam os valores que estamos acrescendo à formação dos jovens. Se todo conhecimento, transformado em ação, for avaliado sabiamente, apresentado de forma carismática, embasado na crença e na esperança nas possibilidades do ser humano, sensibilizaremos as pessoas sobre o poder de olhar além do que os olhos podem ver.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Uma formadora de jardins...
            Século XXI, estamos vivendo a primeira década do terceiro milênio...
            Há quase trinta e cinco anos, recebia o meu diploma de professora. De lá pra cá, crianças, jovens e adultos fizeram e fazem parte de meu universo pedagógico.
            Minha história profissional foi construída de sonhos e edificada em ações, repletas de desejos, paixão, decepções e prazeres.
            Esta paixão teve início no momento em que conheci as idéias de Paulo Freire e sua pedagogia politizada e ao ler Rubem Alves descobri que podia e devia semear minhas crenças e “verdades”. Apaixonei-me pela visão de mundo e pessoas, apresentadas por eles.
            Mesmo sem saber da existência da escola da Ponte (Pacheco), já compreendia a força de minhas ações; com Cury, Werneck,Fonseca, Tejon,Feurstein, Wallon, Vygotsky, Piaget  e outros, descobri que sou apaixonada pela arte de educar.
            De certa feita, em um dos momentos de reflexão sobre minha práxis, fui provocada por Rubem Alves: O que se encontra no início? O jardim ou o jardineiro? Mas o que ou quem é um jardineiro? Ele me fez descobrir que jardineiro é uma pessoa cuja cabeça está cheia de jardins.
            Sem falsa modéstia, identifiquei-me com este jardineiro, afinal são mais de três décadas de plantio, zelo e colheitas. Foi assim que surgiu este trabalho,uma reflexão sobre minha vida de jardineiro e os jardins que ajudei a plantar.
            Estou presenteando a meus filhos e netos, alunos e colegas de seara, com minhas idéias sobre jardins.
            Continuemos a semear e cuidar, para colher comigo os melhores frutos.
Cláudia Gomes Silveira Rodrigues